A Cruz Vermelha Americana levantou sua restrição quanto à doação de sangue por homens que tiveram relações sexuais com outros homens (MSM) e, a partir de agora, a elegibilidade é determinada com base em fatores de risco individuais, de acordo com o conselho mais atualizado da FDA. O órgão sem fins lucrativos agora faz com que todos os doadores de sangue respondam aos mesmos critérios de elegibilidade, não importando gênero ou orientação sexual.

A Cruz Vermelha retirou os critérios específicos para homens que fazem sexo com homens, porém, exigindo um período de espera de três meses após o último contato sexual anal. Além disso, a instituição ainda se recusa a aceitar doações de pessoas HIV-positivas, independente de sua carga viral. Mais informações sobre outras descalificações podem ser encontradas em sua página de perguntas frequentes.

No início deste ano, a Food and Drug Administration (FDA) divulgou uma nova política. Embora seja um grande passo na direção certa, ainda existe um fardo para muitos homens gays. Benjamin Mazer, que publicou um artigo no The Atlantic em fevereiro, observou que muitos podem ser excluídos, mesmo aqueles que usam preservativos ou são testados regularmente para infecções sexualmente transmissíveis.

A Cruz Vermelha informou, em seu pronunciamento, que, “ao longo dos anos”, tem buscado implementar uma política de doadores de sangue mais acessível para garantir que haja “um fornecimento seguro, suficiente… aos pacientes que precisam”.

Atribuir a possibilidade de doar com base na orientação sexual parece cada vez menos aceitável, dada a melhoria dos testes de detecção de infecção pelo HIV, além do fato de que o vírus não é exclusivo para homens.

A discriminação para excluir doadores de acordo com sua orientação sexual foi inicialmente criada para evitar a disseminação do HIV/AIDS, apesar de a sexualidade ser apenas um dos fatores de risco para o vírus. Porém, Gerald E. Harmon, ex-presidente da Associação Médica Americana, afirmou em um artigo publicado no ano passado que essa prática tem parecido cada vez mais irracional, devido aos avanços no teste de infecção pelo HIV e do fato de que o vírus não se restringe a relações homem-mulher.

Em meados da década de 1980, a FDA estabeleceu uma nova orientação indefinida impedindo que homens que tivessem feito sexo com outro homem desde 1977 doassem sangue. No final de 2014, a agência reguladora anunciou uma mudança na diretriz, exigindo que os homens que fazem sexo com outros homens se abstenham desta atividade por um ano antes de doar, e em 2020, o prazo foi reduzido para 90 dias. No começo deste ano, a restrição foi removida (ou expandida para incluir todos, dependendo de como você olha para isso) e permitiu que os Estados Unidos se juntassem à lista crescente de países que permitem que homens gays e bissexuais doem sangue sem quaisquer restrições.

A alteração na regra política foi o que desencadeou a transformação da Cruz Vermelha. Todavia, você necessita verificar com a sua clínica de doação de sangue mais próxima antes de contribuir, pois nem todas estão conectadas com a Cruz Vermelha. Dado o desabastecimento de sangue, nunca é demais parar para oferecer um pouco.

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