X Corp., a companhia responsável pela plataforma antes conhecida como Twitter, está levando o Centro sem fins lucrativos de Contratação Digital Hate (CCDH) à justiça em virtude deles terem iniciado uma campanha para assustar os anunciantes. A ação judicial acusa o CCDH de ter coletado dados do Twitter para produzir estudos de pesquisa “equivocados” sobre a plataforma.
O Centro de Combate à Discriminação Hateful (CCDH) trabalha para impedir que preconceitos sejam espalhados por meios de comunicação digitais, como o Twitter. Um estudo realizado pelo CCDH mostrou que quase todas as postagens ofensivas feitas pelos assinantes do Twitter Blue não foram tratadas pela plataforma. Outro levantamento revelou que desde que Elon Musk adquiriu o Twitter, a narrativa anti-LGBTQ+ “grooming” teve um aumento significativo.
A X Corp. denuncia que o CCDH teve acesso “não autorizado” aos dados do Twitter através da Brandwatch, uma empresa de software que monitora marcas nas mídias sociais. De acordo com a ação, o CCDH conseguiu entrar em conta Brandwatch de outro cliente, sem o consentimento do Twitter ou do próprio Brandwatch. A Brandwatch não deu qualquer declaração sobre o assunto para o The Verge.
X Corp. discorda dos resultados do CCDH, alegando que os relatórios são “impossíveis de serem comprovados e errados”. O processo sustenta que o CCDH divulga esses relatórios “para calar aqueles que discordam de discussões públicas”, o que teria causado “danos financeiros à X Corp”. Além disso, ele alega que algumas agências de publicidade suspenderam suas despesas no Twitter, o que resultou na perda de “dezenas de milhões de dólares” em receitas publicitárias.
Segundo Imran Ahmed, CEO da CCDH, o processo foi uma tentativa de “calar” o grupo em relação à sua pesquisa. “A análise do Center for Countering Digital Hate mostra que o ódio e a desinformação estão se alastrando como um incêndio florestal na plataforma que pertence a Musk, e esta ação é uma tentativa direta de silenciar esses esforços”, declarou Ahmed. “Musk está tentando ‘matar a mensageira’ que destaca o conteúdo nocivo na sua plataforma em vez de lidar com o ambiente venenoso que ele criou. A CCDH não tem intenção de desacelerar nossa investigação independente-Musk não vai nos intimidar para nos calarmos.”
A CEO do Twitter, Linda Yaccarino, vai compartilhar o palco na Conferência de Código deste ano para discutir a mudança do Twitter para X, estando ao lado de Elon Musk, e procurando atrair anunciantes para a plataforma. Aproveite a oportunidade e se inscreva para o Código.
No dia da segunda-feira, o Twitter entrou com um processo. Isto foi na mesma data em que o CCDH compartilhou a carta de advertência que recebeu do Twitter em seu site. Nessa carta, o advogado do Twitter, Alex Spiro, informou que a empresa poderia tomar medidas legais contra a organização anti-hate por ter publicado artigos que trazem “declarações inflamatórias, ultrajantes e falsas ou enganosas” sobre a plataforma. Embora Elon Musk tenha anunciado anteriormente que o Twitter teria ações judiciais contra outras organizações como a Meta e a Microsoft, dessa vez ele está realmente cumprindo a sua ameaça.
No passado, Musk foi muito crítico do CCDH. Ele chamou Ahmed de “rato” no Twitter no início deste mês e questionou de onde a organização recebia seu financiamento. A Twitter, por sua vez, acusa a CCDH de ter financiamento de concorrentes da plataforma e entidades governamentais, mas não revela quem são ou como sabe isso. O Twitter não está contente com as investigações feitas pelo CCDH, particularmente quando estas se concentram na receita gerada por anúncios.