Pode soar surpreendente, no entanto, capacitar os habitantes locais para administrar as florestas é uma grande maneira de preservá-las. Esta abordagem pode até resultar em florestas tortuosas, como vemos na recente “imagem do dia” da NASA’s Earth Observatory.
Ontem, a NASA publicou vários mapas que demonstram o impressionante retorno das florestas do Nepal durante as últimas décadas, devido a um projeto que colocou as comunidades próximas responsáveis pela preservação. Os dados mostram que a cobertura florestal, que era fina no início dos anos 90, se expandiu exuberantemente até o final dos anos 2010; a área florestal praticamente dobrou em todo o país entre 1992 e 2016, de acordo com as imagens de satélite.
Uma vez que as comunidades começaram a administrar as florestas com intenção, elas tiveram um crescimento significativo principalmente por conta da regeneração natural, de acordo com Jefferson Fox, vice-diretor de pesquisa do East-West Center no Havaí. Fox foi parte da equipe de pesquisa patrocinada pela NASA que comprovou o notável aumento.
No final da década de 1970, o Banco Mundial previu que as florestas da região colinares do Nepal praticamente desapareceriam até 1990 e que suas planícies ficariam literalmente estéreis até 2000. Apesar de as florestas terem sido nacionalizadas anos antes, elas ainda estavam sendo devastadas para fins agrícolas e para a extração de lenha. Porém, em 1978 o país deu início a um programa florestal comunitário que mudou o curso dos acontecimentos.
O propósito era de colocar grupos locais responsáveis pela administração de grandes extensões de terra. Isso deu às pessoas a oportunidade de usar a floresta para obter alimentos ou lenha, por exemplo. Contudo, foram acusados de criar planos para preservar essas áreas abundantes. Era a seu benefício manter as florestas saudáveis.
Atualmente, cerca de 22.000 organizações locais supervisionam cerca de 2,3 milhões de hectares (5.683.424 acres) de florestas comunitárias no Nepal. Os ventos de mudança sopram para aproximadamente 3 milhões de famílias responsáveis por aproximadamente um terço de todas as florestas do Nepal. O resultado de seus esforços é notável: a cobertura florestal na área da comunidade Devithan aumentou de 12% para 92% em algumas décadas.
O sucesso no Nepal não é exclusivo. Na floresta amazônica, o controle indígena da terra também resultou em redução da degradação. Isso deve ser considerado à medida que os projetos de reflorestamento tornam-se cada vez mais populares entre empresas e bilionários que procuram demonstrar sua preocupação com o nosso planeta e as mudanças climáticas. Além disso, líderes mundiais se comprometeram a proteger 30% da terra e das águas do mundo até 2030.
Certamente, a floresta global está sob grandes pressões, e para reverter isso, apresenta um benefício adicional na captura do dióxido de carbono que, de outra forma, ajudaria a aquecer o planeta. No entanto, muitos projetos florestais fracassam devido à falta de apoio da comunidade. Sem um plano de gerenciamento para o longo prazo, as sementes não germinam e as árvores são cortadas.
Em situações extremas, os indígenas e outras pessoas que viviam nas terras foram necessariamente desalojados com a finalidade de conservar o meio ambiente. Contudo, décadas de investigação e experiência nos provam que esses grupos eram os mais capazes de administrar as florestas desde o início.