Os cientistas têm tomado conhecimento de um objeto espacial popular, e agora estão observando-o sob uma nova perspectiva luminosa.
A Nebulosa Anel, também conhecida como Messier 57, é uma nuvem de poeira e gás derramada pelo resquício de uma estrela em fase de extinção, localizada a cerca de 2.600 anos-luz na direção da constelação Lyra. Este fenomenal olhar, capturado pelo Telescópio Espacial James Webb, tem confundido os astrônomos: Como pode uma única estrela originar uma estrutura tão complexa, com centenas de faixas misteriosas?
O telescópio da NASA, assim como os observatórios espaciais das agências europeias e canadenses, está se concentrando na nebulosa para tentar compreender melhor as linhas e milhares de núcleos de hidrogênio que a cercam. Essa complexa coreografia da física ainda não foi plenamente entendida.
Nick Cox, co-líder do projeto da ACRI-ST, uma empresa espacial francesa, afirmou que essas fotografias possuem mais do que meros atrativos estéticos. Ele disse que elas proporcionam uma grande variedade de conhecimentos científicos sobre como ocorre a evolução das estrelas.
Ao investigar a nebulosa, os cientistas esperam descobrir mais informações sobre as etapas de desenvolvimento das estrelas e os elementos que elas lançam no cosmos.
As imagens infravermelhas Webb, exibidas em tonalidades violeta e amarelo que foram alteradas para torná-las mais claras, mostram um círculo principal, rodeado por um halo mais fraco com detalhes sutis. No centro do anel, existe uma poça de gás quente. A estrela central está queimando com temperatura superior a 180.000 graus Fahrenheit.
Contrariamente às grandes estrelas que explodem em supernovas e desmoronam em buracos negros, estrelas médias como aquela que criou esta nebulosa perecem de uma forma mais lenta. Enquanto murcham, expelindo suas camadas externas, o que resta é uma anã branca de carbono e oxigênio. Estes poços, que eventualmente se tornam frios e não emitem luz, iniciaram o processo há cerca de 4.000 anos para a Nebulosa do Anel.
A narrativa de sua história prevê o que acontecerá com a nossa própria estrela, o Sol, daqui a cerca de 5 bilhões de anos, quando se espera que ele morra da mesma maneira.
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Ao se desfazerem, as camadas externas da estrela moribunda soltam metais no espaço. Ao colidirem com outras partículas, eles formam novas moléculas e iniciam o processo de criação de novos objetos no universo. Estrelas são produtoras de elementos: Produzem, por exemplo, carbono, o mesmo elemento químico da base da vida na Terra, que são lançados no cosmos quando elas se extinguem.
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Klaus Pontoppidan, um astrônomo no Space Telescope Science Institute em Baltimore, afirmou que essa é a despedida para uma estrela, mas que é o início para outras e para novos sistemas planetários.
O que torna a Nebulosa do Anel e outras nebulosas “planetárias” (um nome equivocado, pois não têm nada a ver com planetas) tão atraentes para os Stargazers são suas formas e variações distintas tais como impressões digitais e flocos de neve. Estas frequentemente apresentam anéis reluzentes, bolhas gigantes e poços, bem como tentáculos de névoa.
As imagens mais recentes mostram em detalhes incomuns a estrutura complexa da nebulosa em expansão e o território ao redor da estrela em vias de extinção. A equipe global que produziu as novas imagens ficou encantada com a nitidez conseguida graças ao telescópio James Webb, muito superior à fotografia anterior do objeto, afirmou Albert Zijlstra, cientista da Universidade de Manchester.
Ele afirmou que “sempre tínhamos consciência de que as nebulosas planetárias eram lindas”, e que o que eles testemunharam era “magnífico”.