LK-99 não se mostrou como o supercondutor milagroso que alguns proclamaram inicialmente que seria.

Recentemente, um achado deu o que falar quando uma equipe de cientistas afirmou que se tratava do primeiro supercondutor de temperatura ambiente, que poderia revolucionar nosso sistema de energia. Estas especulações de que isso poderia criar uma rede de energia ideal ou permitir que trens levitassem desencadearam uma agitação para testar se o LK-99 era realmente capaz de transformar o jogo, como mostrado pela equipe original.

No entanto, os resultados até agora sugerem que LK-99 não é um supercondutor, seja a temperatura ambiente ou de outra forma. Uma série de estudos realizados por diversos grupos de investigação contradizem as reivindicações feitas originalmente sobre o LK-99.

Com grande desapontamento, nós acreditamos agora que o jogo chegou ao fim. O LK99 não é um supercondutor, nem a temperaturas normais (ou baixas). Ele é uma substância de pouca qualidade muito resistente. Ponto final. Não adianta brigar com a realidade”, disse o Centro de Teoria de Matéria Condensada da Universidade de Maryland (CMTC) no dia 7 de agosto.

Não compensa resistir à realidade.

Qualquer material que possa conduzir eletricidade sem nenhuma resistência é conhecido como um supercondutor. Estes materiais são capazes de economizar muita energia e também formam poderosos eletroímãs. A tecnologia dos supercondutores é utilizada atualmente em computadores quânticos e máquinas de resonância magnética, mas só funcionam em temperaturas extremamente baixas ou sob pressões muito altas, o que impede que sejam usados de forma mais ampla para potencialmente melhorar a vida diária.

O que tornou o LK-99 tão emocionante na partida foi a esperança de que haveria um novo supercondutor que poderia trabalhar em temperatura e pressão normais. Se isso fosse possível, significaria que todos os tipos de possibilidades se abririam para nós, desde o aperfeiçoamento de tecnologias existentes, como máquinas de imagem médica de maior potência, até o potencial de trazer tecnologias moonshot, como reatores de fusão nuclear, à mesa.

Os pesquisadores que descobriram o LK-99 expressaram a crença de que sua descoberta geraria um evento histórico que marcaria o início de uma nova Era para a humanidade. No fim de julho, eles publicaram seu trabalho sem a devida revisão por pares, o que causou algumas controvérsias. Alguns especialistas não acreditaram nos dados apresentados e, desde o início, alimentaram dúvidas quanto à veracidade dos resultados.

O Centro de Investigação sobre Energia Quântica da Coreia do Sul, que divulgou o artigo, não se pronunciou às solicitações de comentários.

O verdadeiro valor da descoberta de LK-99 dependia se outros cientistas conseguissem replicar os resultados dos pesquisadores coreanos. Assim, laboratórios de renome mundial e entusiastas amadores se juntaram para conseguir amostras do material e testá-lo. Alguns destes experimentos foram transmitidos ao vivo na Twitch, e os resultados foram publicados em ArXiv.

Quanto ao meio ambiente, a poluição é cada vez mais comum.

  • O LK-99 denominado ‘supercondutor’ conseguiu se tornar uma sensação na internet – veja o que os especialistas têm a dizer a esse respeito.

Uma série de evidências tem contribuído para desacreditar as alegações feitas sobre LK-99. Um preprint do Laboratório de Física Nacional CSIR, na Índia, concluiu que não há nenhum indício de supercondutividade em LK-99 à temperatura ambiente. Esta informação foi mencionada esta semana pelo Centro de Teoria de Matéria Condensada da Universidade de Maryland, quando postaram que “o jogo acabou”.

Um teste considerável foi realizado para verificar a habilidade de LK-99 de se elevar. Os pesquisadores que o descobriram postaram um vídeo de um pedaço do material que parecia flutuar parcialmente sobre um ímã. Este fenômeno ocorre com supercondutores devido ao efeito Meissner, que empurra um campo magnético. Outro vídeo transmitido pelas mídias sociais apresentou outro fragmento de LK-99, produzido pela equipe de pesquisa da Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, aparentemente flutuando.

A esperança de que o LK-99 fosse um supercondutor foi desfeita esta semana quando outra pré-publicação deu outra explicação para o fato de que o material pode flutuar. O Centro Internacional de Materiais Quânticos na China descobriu indícios de que o material é ferromagnético, o que significa que pode ser magnetizado e atraído ou repelido por outros materiais magnéticos (o ferro, por exemplo, é um exemplo de ferromagnetismo).

Mesmo com laboratórios de renome, como o Laboratório Nacional Argonne do Departamento de Energia dos EUA, que ainda precisam divulgar suas descobertas, já há mais de uma dúzia de publicações no ArXiv questionando o LK-99. Segundo Chris Grovenor, professor de materiais da Universidade de Oxford e diretor do Centro de Supercondutividade Aplicada, que falou com a The Verge por email, “apesar de haver a possibilidade de encontrar supercondutores de temperatura ambiente, parece que esse não é um deles”.

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