A fumaça originada pelo incêndio florestal diminuiu a produção de energia solar no momento em que as nuvens negras cobriram os Estados Unidos na semana passada. Este episódio ilustra o impacto provocado pela mudança climática no aumento das pressões exercidas sobre as redes de energia fragilizadas.

Milhões de fumaças originadas de diversas queimadas no Canadá flutuaram por grandes partes da Costa Leste e Centro-Oeste, o que gerou um desastroso problema de qualidade do ar que bateu recordes na semana passada. Além disso, o céu perigoso dificultou a absorção da luz solar nos painéis solares, resultando em consideráveis reduções na produção de energia limpa.

É um mais um exemplo de como a alteração do clima está aumentando a pressão sobre as redes de energia que já estão sobrecarregadas.

Na última quarta-feira, as fazendas solares de Nova Inglaterra produziram 60% menos energia do que na semana anterior, com dados fornecidos pelo ISO New England. Por outro lado, o relatório da Bloomberg indica que a Mid-Atlantic e Midwestern tiveram quedas de até 25% na geração de energia solar na semana passada.

Nova York, um dos estados mais afetados pela fumaça, viu 1.466 megawatts (MW) de produção de energia solar serem perdidos entre 6 de junho e 7 de junho. Para ter uma ideia da magnitude, um megawatt tem o suficiente potencial de gerar energia elétrica para alimentar de 800 a 1.000 residências.

O revestimento prateado evitou que as perdas fossem mais notáveis. A fumaça provocou a queda de temperaturas em áreas do Nordeste e Centro-Oeste, e as pessoas não tiveram que usar tanto o ar-condicionado, o que ajudou a reduzir o uso de eletricidade. Apesar disso, a energia solar ainda é insignificante na geração de energia nos Estados Unidos, representando apenas 3,4%.

Os efeitos das mudanças climáticas, como a intensificação de ondas de calor e incêndios, podem prejudicar os americanos no futuro. Por isso, os EUA precisam de mais fontes de energia limpa, como fazendas solares, para evitar que o aquecimento global piore. O governo Biden está comprometido a garantir que toda a eletricidade do país seja proveniente de fontes de energia livres de poluição de carbono, como o sol, até 2035.

Já podemos observar padrões preocupantes decorrentes de desastres climáticos, tais como incêndios florestais que afetam nossa infraestrutura energética. Estes riscos levaram os utilitários a desligar a energia de forma preventiva para seus clientes, a fim de evitar que as chamas propaguem pelas linhas de energia. Em setembro de 2020, as queimadas históricas reduziram em 30% a produção de energia solar na Califórnia, que obtém mais de 14% de sua energia do Sol. Além disso, foi um ano recorde para cortes de eletricidade nos EUA, principalmente devido a condições meteorológicas extremas e incêndios.

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